"Quero poder andar por ai.Conhecer lugares e pessoas. Quero amar e dizer que o amor não é apenas um conto, Mais uma realidade."

domingo, 6 de novembro de 2011

Milagroso...

O vento chacoalha uma arvore
Seu assovio rompe o silencio
Os galhos fino açoitam o nada
Soltam milhares de folhas que rodopiam no ar num pequeno redemoinho
Voam agitadas, livres dançando ao vento num baile violento
Um imenso risco brilhante então corta o céu,
Dura menos que segundos,
Mais é tão belo, tão fascinante
Milagroso
De repente uma explosão
A chuva forte, arrebatadora então vem
Despenca do céu cor de chumbo num estrondo
O livro aberto sobre minhas pernas
E que folheava as paginas sem ler uma única palavra
Recebe as primeiras gotas daquela tempestade
Os pés descalços tocam um chão frio
Sinto os dedos formigarem, chegam a doer, mais não ligo
Neste momento só ouço as gotas
Que tamborilam nos telhados vermelho das casas ao lado
O Barulho enche meus ouvidos,
Penetram na minha carne
Perfura minha alma,
As gotas vão ensopando minha camiseta
Sinto-as molharem minha pele
Escorrem frias como rio, sem pedir pelo meu corpo
O cheiro de agua misturado com terra e varias outras coisas sobe
É um cheiro excitante, inebriante
Faz meu corpo arrepiar-se
Fecho os olhos
Deixo as gotas que aos poucos vão se tornando forte me arrebatar,
Lutam contra meu corpo já entregue
Sou seu dono, ou é ela é o meu dono
Não sei,
Só sei que naquele momento somos só uma coisa
Chuva, corpo e alma